Imagem: Google 

Um casal voou do Reino Unido até a Coreia do Sul para buscar dois filhotes de cachorro. Li a reportagem em um desses portais noticiosos, na seção ciência. O fato me chamou a atenção, principalmente por Laura e Richard, o casal britânico, terem ido ao país asiático exclusivamente para pegar dois cachorrinhos clonados. Os cães são resultado da clonagem do antigo animal de estimação do casal, que havia morrido.

Muito lindo isso, não? Lindo e caro. Segundo a reportagem, ah lembrei agora onde li, na Folha de São Paulo, os clientes britânicos pagaram a Sooam Biotech Research Foundation, uma empresa sul-coreana, a bagatela de US$ 100 mil dólares, e detalhe: por animal.

A reportagem diz ainda que ao receber a confirmação positiva da clonagem, Laura ficou extasiada: “eu não conseguia acreditar, minhas pernas começaram a tremer”, ao mesmo tempo em que, com tristeza, lembrou do cão que havia perdido: “eu tinha Dylan desde que ele era muito pequeno. Ele era meu bebê, meu filho, meu mundo inteiro”.  

A última frase de Laura é de marejar os olhos, como aquela crônica As damas, os cavalheiros – e seus cachorrinhos, do fabuloso Moacyr Scliar.

Lá no seu texto ímpar, o cronista diz: “as cidades hoje estão cheias de damas com cachorrinhos – e de cavalheiros com cachorrinhos, e de moças com cachorrinhos, e de rapazes com cachorrinhos”.

Exatamente meu inspirador cronista, esses bichinhos de estimação proliferam a cada dia. E nas redes sociais, as selfies com seus donos, estão cada vez mais presentes e inúmeras vezes curtidas.

A reciprocidade de amor entre o cão e o seu dono é de uma singularidade também de marejar os olhos. Hoje em dia as pessoas estão se doando mais aos bichos irracionais do que propriamente aos bichos racionais (seria um repúdio as tão tumultuadas relações humanas?). O fato é que está provado: entre o homem e cão a relação é de extrema cumplicidade e fidelidade.  

Clonados ou não, eles, os cãezinhos dóceis e até os pitbuls, ganham dia e noite manifestações calorosas de afeto, atenção e cuidados.