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Compre plástico-bolha e dê adeus ao estresse

Estouro mais uma, e outra e mais outra, ai de repente, incorporo um monge budista de cara totalmente contemplativa

22/08/2016 12:19

Imagem: Google 

A amiga Débora disse ter comprado um metro de antiestresse. E como se compra antiestresse, em metro? 

Débora me revela a proeza: 

- Compre plástico-bolha. 

- Plástico-bolha?! Pergunto meio cético. 

- Sim, compre aquela embalagem que serve para proteger comprinhas feitas na internet. Compre e comece, seja de dia ou de noite, estourar as bolinhas de ar prensadas.

Depois da sugestão dada, sai desesperado atrás do tal plástico-bolha. Fui parar em uma distribuidora meio escondida, na Piçarra.

Realmente estava precisando ficar zen, afinal, após os últimos acontecimentos estressantes - Sarah Menezes sem medalha, afastamento da Niède Guidon do Parque Nacional da Capivara, início tedioso da campanha eleitoral, e mudança da cor do uniforme dos agentes de trânsito, de fato era necessário urgentemente usar um calmante. 

E lá volto eu, com um metro não, mas com um naco considerável do material que segundo, a amiga Débora, é muito terapêutico. Estouro uma, duas, três bolinhas e..aquela sensação de calmaria, inicialmente intravenosa, agora percorre todo o corpo até chegar ao cérebro.

Estouro mais uma, e outra e mais outra, ai de repente, incorporo um monge budista de cara totalmente contemplativa. Gosto do negócio, ai de novo, estouro mais uma, e mais uma, ploc, ploc, ai meu espirito se eleva a condição de sua santidade, o Dalai-Lama. 

Gente, é sério, não é exagero nenhum é constatação: o plástico-bolha é uma entidade lenitiva. Depois de estourar pelo menos dez fiquei com aquele aspecto de distanciamento quase neurológico e completamente alheio a qualquer estresse rotineiro, até com a fisionomia tibetana eu fiquei. Juro. O plástico-bolha é meu alento. E digo mais, antes de estourar as primeiras bolinhas balsâmicas, minha mente era uma turbulência, um mar em revolto.  

Sugiro inclusive ao amigo (a) que ler essas mal traçadas linhas, e que por ventura esteja estressado (a), com alma agitada, o corpo fadigado, que experimente também estourar as bolinhas de embalagem de produtos comprados a distância. Tente amigo (a) tente praticar essa monástica terapia. outra coisa, tenha sempre uma dessas bolinhas em mãos, pois em qualquer momento da vida, seja no ônibus apinhado de gente, em filas quilométricas de banco, na ansiedade de uma entrevista de empregou ou na de um encontro marcado, você irá precisar estourar uma ou umas. 

Outro dia mesmo, quando o Corinthians perdeu de 3 x 0 para o Grêmio, os colegas de repartição vieram me zoar. Sabe por que não revidei as provocações ignominiosas? Porque agora ando sempre com um pedacinho guardado no bolso. Apenas uma estouradinha, e pronto: toda tensão mental cai por terra. 

E como fui induzido a usar o plástico-bolha contra toda mal mental, agora chegou a hora de hipnotizar você: compre plástico-bolha, compre plástico-bolha, compre plástico e sai por ai estourando, não contra si mesmo e nem contra os outros, e sim contra esse demônio mental chamado estresse.                                     

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