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MoMA cria primeiro acervo permanente sobre videogames

Museu de Arte Moderna de Nova Iorque cria exposição permanente que conta em quarenta títulos o início da trajetória dos jogos eletrônicos.

21/08/2014 00:55

Já imaginou estar passeando no museu observando esculturas modernistas, apreciando pinturas abstratas e na sala ao lado se deparar com uma televisão reproduzindo o famoso joguinho do Pacman, ou encontrar uma mesa interativa com curiosidades sobre Mário Bros. Ou The Legend of Zelda? Esta é a proposta do MOMA, Museus de Arte Moderna de Nova Iorque, que decidiu realizar uma exposição utilizando os jogos eletrônicos, ou videogames/games, como a nova forma de expressão artística.

Fonte: Dadandelion Art

A arte pode ser entendida como uma expressão criativa que determina um olhar particular sob o mundo naquele momento, e a pergunta que se faz hoje é games são ou não são arte? O MOMA já se posicionou a favor dessa proposta, pois reuniu cerca de quarenta jogos eletrônicos e dividiu em duas exposições compostas por quatorze games a serem apresentados em sua galeria como manifestações artísticas ao lado de obras clássicas da pintura e escultura.

Fonte: Bonicatime

Pacman, Asteroids, The Sims, Zelda, e outros tantos jogos irão ficar expostos como acervo fixo de um dos maiores museus de arte do mundo, conhecido por apostas de vanguarda na definição de expressões artísticas. Ao delimitar esse espaço no museu, os curadores definem que games são arte sim. O MOMA tem o histórico recente de trabalhar as recentes manifestações de indústria cultural do entretenimento em suas exposições, como as já realizadas com quadrinhos, cinema e fotografias.

Categorizar os jogos eletrônicos como manifestações artísticas, não agradaram todos os fãs de arte. Colunistas de arte de jornais populares na Europa consideraram um absurdo, a nova galeria fixa do MOMA. Um colunista do jornal inglês The Guardian, Jonathan Jones, escreveu em seu blog o texto intitulado: �€œSorry MOMA, vídeo games are not art�€, em tradução livre: Desculpa MOMA, vídeo games não são arte.

Fonte: Arkasa Art

Para o colunista arte é �€œa reação de uma pessoa à vida, à maneira como o sujeito transforma aquilo que sente em arte�€, e os vídeo games não são arte porque a interação entre artista/obra e expectador é diferente. Não poderia se considerar uma interação entre arte e o sentimento do expectador, pois este, nessa nova arte, é agente potencial a interferir na obra do outro, descaracterizando o produto final. Ressaltando que o colunista esquece de considerar a arte colaborativa, como intervenções urbana de dança, teatro de rua.

�‰ preciso diferenciar as manifestações artísticas, também de acordo com o que ela produz nas pessoas, assim como na música, na pintura, escultura, fotografia, teatro, dança..., nem todas as produções de arte saltam aos olhos ou tocam o sujeito da mesma maneira, e assim se faz os videogames. Assim não se pode julgar generalizando que todos os games são agora arte. Há sim produções de arte digital dignas de estar no museu, valendo-se de que museus são espaços de representação da sociedade num determinado momento, no tempo.

Fonte: Straits Times

A resistência em consideração a definir o vídeo game como arte parte muito da geração que não cresceu jogando, admirando e aprendendo com os jogos eletrônicos. Há uma resistência em como é vista a arte hoje e o que poderá se considerar arte daqui a anos.

A discussão está apenas no START está aberta para as rodas de bate-papo definir se arte é o que lhe toca ou é apreciada ao tocar o botão. O MOMA já se posicionou, games são uma arte de vanguarda, e este momento é o que define como serão vistos daqui pra frente. 

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