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EU NÃO DEVIA ESCREVER SOBRE DITADORES, MAS...

Artigo ou crônica, depende da interpretação

19/05/2017 13:59

Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, membro da Academia Piauiense de Letras

Assim tão próximo ao Dia das Mães, eu não deveria escrever sobre os desmandos do mundo. Sobre os ditadores, sobre os terroristas, sobre os psicopatas, sobre os empedernidos em doutrinas tão prejudiciais como a do comunismo e quejandos. Mas são tantos no mundo os ditadores e os terroristas de toda natureza, no mundo atual! Que fazer? Escolher alguns por referência. E depois passar para outros assuntos dignos de uma crônica.

Como iniciei, eu deveria escrever sobre o sofrimento do povo da Venezuela, que a única esperança que têm é emigrar para o Brasil, em vez de ficar sofrendo fome e cadeia pela vergonhosa ditadura que sofre o país, sob a direção de um monstro chamado Nicolau Maduro. Para mim ele está apodrecendo, mas muito devagar. Irá até quando?

Eu deveria lembrar (como não lembrar, ó Deus!) o sofrimento do povo sírio, sem nenhuma alternativa a não ser a de ficar no meio do fogo cruzado que faz o ditador Bachar al-Assad contra os pobres sírios, que até pouco se sentiam tranquilos em seu país. Agora, às vezes nem fugir não pode a pobre população. E fugir para onde? São tantos os dilemas! Guerra é o flagelo dos diabos, do Demônio. E as potências mundiais ficam de mãos atadas, sem saber o que fazer, sem concordarem. E, enquanto não, vem fogo da Rússia, vem fogo dos Estados Unidos e de outros países, e a guerra continua cada vez mais confusa. Bashar al Assad já matou tanta gente que nem sabe a conta. Já houve quem dissesse que ele pratica um crime contra a humanidade e assim deverá ser julgado. Outros o praticaram: Fidel Castro quando invadiu a Angola, foi um horror. Esse outro monstro, da Coreia do Norte, mata seu povo de fome para investir em foguetes e armas atômicas e assim horrorizar o mundo. De um momento pra outro tudo pode explodir. Meu Deus!

Não há quem não se condoa com o sofrimento do povo, a qui e ali, mesmo visto de distâncias enormes como costumamos ver pela tevê e internet. E os terroristas do Islã, outra praga que se abateu contra o mundo, valendo-se de interpretações errôneas e cruéis querem tornar-se poderosos à custa de Maomé e dominarem o mundo. Matando populações inteiras e se imolando a si próprio na esperança de ganharem um paraíso com mais de mil virgens. Não sei se isto é triste ou imundo.

Da África, fugindo de males parecidos, os africanos, que não diferem muito dos problemas apontados, e também da fome, e se aventuram pelo Mediterrâneo buscando um abrigo na Itália e noutros países europeus, no caminho encontrando a morte, quando não acontece aparecer um barco salvador. Este mundo está de tal forma intranquilo que não dá para pensar-se uma crônica suave, uma poesia, uma forma distinta de viver sem ser a de ter medo, a de ficar preso em casa, a de restringir as atividades, a de ficar cada vez mais descrente de que um dia isto tudo pode acabar numa boa.

DIZEM QUE NÃO HÁ BEM QUE SEMPRE DURE NEM MAL QUE NUNCA SE ACABE. Mas precisamos de um bem que dure algum tempo. E este bem é a paz para se sobreviver.

Um escritor francês, cujo nome esqueci, disse: “No mundo atual, o melhor que o homem faz é não sair do seu quarto e assim ficar livre dos malfazejos que infestam as ruas”. Não o cito ipsis litteris mas o conteúdo é esse. Parece uma gracinha de quem acha que tudo está perdido e que é preciso alegrar-se com o nada e sorrir como um escárneo.

Agora, um bom vento me soprou e vou ver se falo em coisas menos árduas: o amor, a fortaleza do amor de mãe e a grandeza da mulher. Fiquemos certos, nós homens, diante da mulher, que não valemos nada. Quem está fazendo todo esse barulho no mundo? Os homens. Infelizmente os homens nascem guerreiros, precisam de buscar alimentos, precisam de território para caçar e pescar, isto na tribo. Mas o governo é sempre a mulher quem organiza. Da tribo ao reinado. O mundo modificou-se. Criamos cidades. Criamos indústria. Criamos remédios e vacinas. Mas também armas. Antes de tudo, a civilização deveria ter inventado a escola: o que deveríamos fazer e o que evitar. Aí foram aparecendo as religiões, umas boas outras não, uma boas que se transformam em más, outras más que se transformam em boas. Vieram os profetas, os mandamentos, as leis. É preciso que obedeçamos à primeira: a LEI DA CONSCIÊNCIA. É o sentimento profundo que Deus dá a cada um. Sem esse, não haveria humanidade. Não haveria tanta gente vivendo, bem ou mal, neste (outrora) chamado paraíso, a Terra. É com a consciência do BEM e do MAL que construímos tudo de bom até agora. Precisamos ter essa consciência cada vez mais afinada de que “aquilo que faço contra os outros vai recair sobre mim, certamente” e de que “tudo o que fizermos de bem, esse bem retorna para nós mesmos”.

Creio que a maioria da população do globo perdeu a consciência, perdeu esses parâmetros do BEM e do BEM, dos bons costumes, da moral e da ética até então construídos. E é por isto que vamos mal, muito mal, marchando para o Apocalipse. É o fim do mundo que está próximo, ninguém se iluda. A menos que venhamos a dar uma rodada de 180 graus, para recomeçar.

Não adianta fiar-se em sonhos de ouro nem de outro planeta para onde possamos ir, quando este acabar. Não terá planeta nenhum que suporte tanta maldade. Nem vão descobrir nenhum que tenha água. E se o descobrirem, não chegarão lá, pois as distâncias são enormes, quase ou digamos infinitas, só Deus conhece.

Conclamo a todos que tenham esperança. Mais: que tenhamos fé em Deus criador do Universo e, a partir daí, tentemos reconstruir tudo o que já destruímos: a história, a luta, as conquistas, a verdade, o amor, inclusive nossa alma espiritualizada.

  Preciso terminar aqui com uma frase belíssima, do Papa Francisco, que é também o título de um livro: - “O NOME DE DEUS É MISERICÓRDIA’. Se não for a mão de Deus e dos seus filhos mais diletos, na fé e nas boas obras, nada escapará. As guerras tocaram fogo no mundo.

Fonte: Artigo-crônica de Chico Miguel
Edição: transcrito do blog Chico Miguel
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