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Quatro meses de silêncio

Uma vez, inventei de praticar yoga. Não aguentei dois meses. Era tortura demais passar uma hora sem falar

04/07/2015 15:25

 

Quem me conhece sabe: eu falo demais. Pelos cotovelos, como se diz na minha Capitão de Campos. Uma vez, inventei de praticar yoga. Não aguentei dois meses. Era tortura demais passar uma hora sem falar!

Bem, mas esse texto não é sobre a minha tagarelice. É sobre o meu silêncio.

Há quatro meses, estou em silêncio. Pouco escrevo aqui; diminuí as postagens nas redes sociais... Tudo para tentar ficar calada.

É claro que eu não consegui ficar em silêncio total. Algumas pessoas muito próximas souberam de mim: pelo olhar, pelas palavras contidas, pelo meu jeito ou pelos sorrisos silenciosos.

Mas agora já não posso me conter. O amor guardado em silêncio extrapola todo o meu corpo e vem se mostrar aqui fora. As roupas já não me cabem e o contentamento grita por todo o meu ser.

Em sua graça infinita, Deus nos presenteou novamente. Estamos grávidos. Quatro meses de outro coração batendo junto ao meu.

Da última vez que engravidei, eu partilhei aqui a alegria da descoberta e a dor da perda. Levei um tempo para me recompor, para elaborar os sentimentos. E eu, que me achava mãe da Laura e de uma estrelinha, agora sou também mãe da Luísa.

A pequenina deve chegar em dezembro, pertinho do Natal. Símbolo do nosso renascimento. Do amor que nos faz novos todos os dias.

E acho que dá para entender porque me calei. Era um misto de alegria e medo; de vontade de proteger, que resolvi curtir um pouco mais esse momento, sozinha, em família.

Pode parecer egoísmo (e talvez até tenha sido). Mas a verdade é que eu precisava desse tempo a sós com a minha barriga.

É claro que Luísa já tem as suas vontades. Resolveu fazer a barriga crescer rapidinho e mamãe não poderia mais ficar calada, mesmo que quisesse.

Mas já era mesmo hora de externar a felicidade. Eu acredito no amor, em todas as suas formas. E essa filha é fruto de um amor bem líquido, que se derrama e se espalha e não se deixa conter.

Seja bem vinda, minha Luísa. Caminhemos juntas, de mãos dadas. Ou, como diz Laura: “mamãe, Lalinha e Luísa são melores amigas”.



P.S.: a foto não é minha; foi pescada da internet

P.S.2: fico devendo posts sobre enjoos e desejos

Por: Viviane Bandeira, jornalista, mãe da Laura, de uma estrelinha e esperando Luísa
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