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Grávida: a minha melhor forma

E em meio a um turbilhão de hormônios, a gente quer, sim, estar bonita, sentir-se bonita

29/02/2016 17:13

Eu acho mulher grávida uma das “coisas” mais bonitas do mundo. Não importa se a barriga é grande ou pequena, redondinha ou pontuda... Nada importa, apenas o estar grávida. Acho lindo! Para mim, é algo mágico, uma poesia.

Talvez por isso eu me achasse linda quando estava grávida. Não, não sou convencida. E nem me acho bonita. Mas as gravidezes me transformaram e eu adorava me olhar, amava aquela mulher grávida no espelho.

Eu sei que nem sempre é assim. A gravidez é um turbilhão de hormônios, muitas sensações reunidas. Fome e sono sem fim, preocupação com a saúde, mudanças físicas e psicológicas. Às vezes, a gente fica meio perdida, sem saber de quem é aquele corpo estranho em que nossa alma passeia.

Mesmo não sendo lá muito vaidosa e apesar de ter engordado pouco nas duas gravidezes e de amar “roupas de grávida”, tive dificuldades para comprar roupas nas duas gestações.

Nas lojas de departamento, a sessão para grávidas é bem pequena, ou inexistente. Nas poucas lojas dedicadas à moda gestante em Teresina, as opções também são muito limitadas e o preço é maior.

Como eu fiz? Vamos lá:

1.Nas lojas de departamento, como #Riachuelo, comprei calças jeans e de malha próprias para grávidas, com aquela cintura que estica, acomodando bem a barriga crescida. Comprei também blusas e vestidinhos mais soltos, que achei fora da sessão para grávidas;

2.Numa loja dedicada a moda gestante, comprei shorts de fabricação própria, que tinham modelos parecidos com os de marca, mas eram muito mais baratos;

3.Procurei na internet (na verdade, minha mãe procurou) modelos de vestidos para grávidas e apelei para a velha e boa costureira;

4. Usei muitas (MUITAS mesmo) roupas de amigas. Como a gente usa modelos de grávida durante pouco tempo, as roupas ficam novinhas e dá pra trocar, emprestar, doar. Isso fez toda a diferença! Durante as duas gravidezes, contei com amizades valiosas e seus guarda-roupas que salvaram meus dias e meus bolsos;

5.Usei sandálias rasteiras e sapatilhas o mais confortáveis possível. Quando precisei usar salto, optei pelos mais grossos e com altura também na frente, para o pé não perder sustentação. Mas a verdade é que já fazia isso, mesmo sem estar grávida.

E a pele? Nunca fui muito de usar cosméticos, cremes, essas coisas. Durante as gestações, usei um pouco mais, sempre com orientação do obstetra e da dermatologista:

1.Filtro solar fps 60 da #ADCOS;

2.Hidratante #Materskin nos seios, nádegas e barriga;

3.Hidratante prescrito pela dermatologista e preparado em farmácia de manipulação no restante do corpo;

4.Perfumes suaves.

5.Creme hidratante específico para os pés, com ureia na composição. É impressionante como meus pés sofreram e racharam nas gestações!

É claro que tudo isso que falei aqui, sobre lojas e produtos, diz respeito a sentir-se bonita, porque trata do exterior. Eu acredito que a beleza mesmo vem de dentro. E acho que por isso eu me sentia tão bonita: eu não via a mim, via a poesia da gravidez.

Mas se você não se sente fisicamente bonita na gravidez, não se culpe. Isso não tem nada a ver com falta de amor. Acho que é mais fruto daquilo que a gente se acostumou a achar bonito, sabe?

Se você sente enjoo, incômodos e dores, está inchada e não sabe bem como lidar, provavelmente não se achará muito bonita nesses dias. Isso é perfeitamente normal, não acha? Eu também me acho horrorosa nos dias de TPM.

A verdade é que ninguém tem obrigação de gostar de estar grávida. Sim, eu sei, você ama seu filho. Planejado ou não, você o ama. Você quer ser mãe. Tudo bem. Mas nem assim você é obrigada a gostar de estar grávida, a achar esse um período mágico.

Por isso, se você acha roupas de grávida horrorosas e se incomoda porque o corpo está mudando o formato, calma! Procure vestir o que te faz sentir melhor, mais confortável, mesmo que compre números maiores, por causa da barriga. O importante é você se sentir bem, grávida ou não.

Tente também não dar ouvidos a comparações. As pessoas falam muito. OU a barriga é pequena, ou é grande demais. Aparentemente, nunca é como esperavam. Esqueça. É a sua barriga. A sua gravidez. A sua vida. Você não está aqui para atender às expectativas das pessoas.

Respeite esse momento. Respeite os seus sentimentos. A gravidez passa, acredite. Durante o tempo, seu corpo ainda não será aquele de que você mais gosta. A gente fica flácida, quase gelatinosa; a pele muda de consistência. Mas aos poucos tudo volta ao normal.

Não estou falando de emagrecer, é claro. Estou falando de voltar a se ver em sua melhor forma. Porque a sua melhor forma não é ser magra. A menos que você goste de ser magra.

Eu, por exemplo, não voltarei à minha melhor forma. Porque a minha melhor forma era quando estava grávida, e já fechei a fábrica.

Então, o que devo fazer? Ser feliz com o corpo que tenho. Penso que isso vale para todos os estados da nossa vida.

 

Por: Viviane Bandeira, jornalista, mãe da Laura, de uma estrelinha e da Luísa
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