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Caminhando eu vou, um passo de cada vez

Perninhas duras, equilíbrio vacilante, ela segue. Cai, levanta, testa o equilíbrio e caminha. O aprendizado de toda uma vida

14/09/2016 15:02

Durante nove meses, na barriga, você me ensinou, Luísa. Ensinou a esperar, a acreditar, a planejar e a amar.

Nove meses fora da barriga, completados no último dia 07. E você segue me ensinando: a esperar, a acreditar, a planejar e a amar.

Bebê calmo. Mesmo com noites insones e todo o mal estar do refluxo e da APLV (depois eu falo sobre isso), você sempre tem o sorriso, a alegria incessante e o jeitinho mais doce de dizer – sem palavras – que está tudo bem.

Engatinhou aos cinco meses, antes de aprender a sentar. Como quem diz: “mamãe, quero ver o mundo, ser independente”. A partir daí, o que é mesmo sossego?

Mais ou menos aos oito meses, aprendeu a dormir toda a noite e já explorava a casa, usando as paredes e móveis como ajuda. Um sábado, em casa, olhou o pai e a irmã e deu um passinho sem segurar em nada. Um só. Digno de uma enorme festa. E mais nenhuma tentativa.

Nove meses, Luísa. Você mal completou nove meses. Ontem, sem nem avisar, você saiu assim, caminhando, solta, pela sala.

Caminhava, desequilibrava, esticava os bracinhos. Seguia. Mais à frente, caía. Voltava a levantar. Perninha dura, sem flexionar nada, passos vacilantes. Mais uma queda. Novo levantar. De passinho em passinho, você sorrindo, como a me dizer: “pare de chorar, mamãe, aceite, que agora é que a diversão começa”.

Eu ali, boba, chorando e rindo ao mesmo tempo. Tanto amor, filha.

Seus primeiros passos. O cair e levantar. O aprendizado de toda a nossa existência, minha pequena. Seguir, cair, levantar, seguir. Sempre. Com alegria e determinação.

Ontem, você desejou o chinelo e foi buscar. Caminhando, perseverando. Amanhã, serão outros objetivos. Caminhando, perseverando, alcançando.

E eu? Estarei ali, boba, chorando e rindo, sempre contigo. Tanto amor, filha. 

Por: Viviane Bandeira, jornalista e mãe da Laura, de uma estrelinha e da Luísa
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