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A felicidade das pequenas coisas

Em meio à correria e ao estresse do dia a dia, é preciso seguir, prestando atenção ao caminho e valorizando as pequenas felicidades diárias

08/10/2016 07:53

Com a proximidade do Dia da Criança, a escola da Laura iniciou uma campanha de arrecadação de brinquedos, roupas, livros e sapatos. A idéia, segundo a escola, é fazer com que as crianças – e suas famílias – pratiquem o desapego e exercitem a solidariedade.

Lá em casa, desde bem pequenina, Laura é incentivada a doar. No início, mesmo com toda a conversa, ela não aceitava a idéia de separar seus brinquedos e doar a outras crianças.

Aos poucos, ela entendeu e de vez em quando ela nos surpreende ao segurar um brinquedo, ou uma roupa e dizer: “vamos doar esse, né?”. Ela também já entendeu que devemos doar objetos em bom estado, para que outras pessoas possam usar.

Mas, embora a gente ensine, converse e faça, junto com ela, a verdade é que não dá pra saber como essa ideia de doação, de pensar no outro, está tomando forma em sua cabecinha infantil.

Ontem, nós descobrimos. Ao sair da escola com a Laura para ir buscar Luísa na creche, Alex começou a conversar sobre a campanha de doação de brinquedos que a escola está fazendo:


- Laura, você quer ir fazer a doação junto com a gente?

- Quero sim! Aí a gente pega o saco de brinquedos, vai lá na "doada" e entra na sala. Depois a gente fala pra professora pra botar os brinquedos na caixinha.
E todas as crianças vão sorrir de felizes!


Quando ele me contou, a primeira reação foi sorrir de encantamento pela resposta, tão na lata, tão alegre!

Depois é que eu fui pensar no caminho que tentamos seguir, dia a dia, com as meninas. E sobre o quanto é difícil educar.

Não vou negar: há dias em que o cansaço é tanto que tenho vontade de chorar. E sei que o Alex também se sente assim.

Há momento em que simplesmente não sabemos se estamos agindo certo ou errado na educação da Laura e da Luísa.

Mas aí, numa conversa despretensiosa, a menina de três anos nos mostra que, sim, estamos na trilha estreita, acidentada e difícil da educação com amor.

Ela sabe que suas ações podem fazer outras pessoas felizes. E ela se alegra com isso.

E eu descubro que é preciso seguir, atenta ao caminho, valorizando as pequenas felicidades diárias, como a de ver a sua filha se alegrar ao alegrar a vida de outras crianças.

Por: Viviane Bandeira, jornalista e mãe da Laura, de uma estrelinha e da Luísa
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